As marés são conhecidas de todos, principalmente por aqueles que moram próximo ao mar e dele vivem. Muitos deles sabem prever a maré em função da Lua e do Sol, sem sequer saber qual a verdadeira relação existente entre esses dois astros com a Terra...
Há muito tempo, a Lua que vemos hoje se apaixonou pelo Sol.
O Sol sempre tão alto no céu, conhecido muitas vezes como símbolo da vida, sofria do orgulho, impedindo que este percebesse a paixão da Lua por ele.
A Lua, apaixonada, despreocupada, nunca se importou em apenas refletir a luz do Sol, iluminando-se através dele.
Era apenas o começo, a Lua ainda era Nova e não compreendia o sentimento. Além disso, a Lua sabia que sua paixão pelo Sol seria um martírio, visto que eles nunca poderiam se encontrar.
Consciente deste fato, a Lua chorava copiosamente.
E com ciência deste fardo o Sol nunca esfriou, estando sempre quente.
Envergonhada, escondia-se no céu para que nunca ninguém a visse.
Racional e orgulhoso esforçava-se para que aquele amor nunca existisse.
Com o passar dos tempos, a paixão da Lua pelo Sol foi ficando Crescente, e aos poucos, este amor transparecia. A Lua não era mais Nova e aprendendo sobre suas emoções, deixou de chorar e de se esconder nos céus.
Mas o Sol, ainda confuso de seus sentimentos, resolveu se distanciar da Lua indo para o lado oposto da Terra, refletindo sobre as conseqüências que este amor poderia gerar.
A Lua ficou Cheia de saudade, e brilhava ainda mais com a distância do Sol.
Chorava, esperando pela volta daquele que a fazia chorar.
O Sol finalmente se decidiu e resolveu voltar, disse à Lua que não a amava e que não sabia amar, disse a Lua que ele era assim e perguntou se poderia ser apenas um amante. E com isso a Lua entrou em decadência, tornando-se uma Lua Minguante.
Com seu amor não retribuído, a Lua aprendeu o orgulho do Sol, e disse que nunca mais iria chorar. A Lua falhou em sua decisão e decidiu por nunca mais se orgulhar.
Inevitavelmente o ciclo se repetia, e a Lua chorava de amor enquanto tentava segurar suas lágrimas pelo orgulho.
Os dias se passavam, e os mares aumentavam com as lágrimas da Lua.
Os dias se passavam, e o Sol se enfurecia, tentando secar as lágrimas daquela que o amava.
Os dias se passaram, e o Mar tornou-se salgado com as lágrimas dos dois.
Há dias raros em que o Sol deixa seu orgulho de lado, encontrando-se com a Lua.
Há dias em que a Terra, percebendo o amor impossível existente entre a Lua e o Sol interpõe-se entre eles, fazendo com que os dois deixem de brilhar.
Mas se o Sol não quer ficar com a Lua, por que criou o eclipse solar para que pudessem se encontrar?
Deste amor inconstante e confuso, a Terra se pôs a girar.
O que o Sol não compreende é que seu orgulho em brilhar faz com que as pessoas não consigam olhar pra ele, enquanto a Lua, despreocupada em apenas refletir a luz de seu Sol, serve de inspiração para a maioria dos poetas.
De noite, a Lua se ergue nos céus, iluminada apenas pela luz refletida do Sol, enquanto outros sóis chamados de estrelas iluminam o resto de escuridão que o Sol não deixou iluminar.
Mesmo depois de tudo isso, a Lua nunca deixou de acreditar.
Mesmo com o passar dos anos seu amor sempre foi constante, fazendo desta força de vontade unidade de medida para expressarmos valores astronômicos.
Anos-Luz se passaram e alguns ainda dizem que a Lua não possui luz própria como o Sol, fazendo desta história um conto inexistente.
Anos-Luz passarão e as pessoas irão enxergar que a luz irradiada pela Lua é somente dela, e não do Sol.
Hoje olhamos para cima e encontramos somente um deles no céu, mas através de um deles sempre conseguimos enxergar o outro refletido.
Hoje o Sol continua a brilhar e só se faz esquentar, se continuar assim talvez seja o fim da Terra e da Lua.
E até hoje a Lua continua a acreditar.
Iluminando o céu noturno, pois sempre se orgulhou de amar.
postado por Claudio Kajimoto
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